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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A dor é o chamamento ao cultivo do amor (Jorge Hessen)


Jorge Hessen

A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso"[1]Entendemos que a dor seja o medicamento que solicitamos na fronteira da experiência terrestre. Sim! Espíritos doentes e endividados que somos, imploramos, antes do berço, as dores e as provações capazes de propiciar-nos o regozijo da cura e a benção do resgate. Portanto, as dificuldades são benfeitoras do coração. Aceitemo-las no caminho, com o equilíbrio da resignação que tudo abrange para tudo auxiliar e expurgar, na marcha de nossa via crucis.
A dor , seja física ou espiritual, é sofrida por quem a provoca e que jamais bate em porta errada. Não há razão, em hipótese alguma, atribuir a terceiros a culpa de nossas dores, pois que elas resultam das atitudes, dos procedimentos, das ações praticadas contra as leis divinas. Para aliviá-la existe a necessidade de assumirmos a responsabilidade de uma mudança comportamental, que sempre pode libertar-nos da dor, quando bem realizada segundo padrões éticos/morais cristãos.
As provações da vida fazem adiantar quem as sofre, quando bem suportadas; elas apagam as faltas e purificam o espírito faltoso”.[2] Quando a dor chega, ninguém permanece indiferente, não importando suas causas. Por vezes, chega através da doença física, minando a saúde antes inabalável. De outras, é a dor da separação do ente amado que desencarna.
De toda forma, não importando por quais caminhos a dor nos visite, sempre é presença contundente, alterando-nos as paisagens emocionais. Ela sempre traz consigo seu caráter pedagógico, em um convite ao cultivo das virtudes que ainda não nos dispusemos a acionar.  “As provas rudes são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus”.[3]
Há três categorias de dor: a dor-evolução, a dor-expiação e a dor-auxílio. A dor-evolução atua de fora para dentro, aprimorando o ser, e sem ela não haveria progresso. A dor-expiação vem de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a Justiça. Quanto à dor-auxílio, pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade, seja, mais frequentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte. [4]
O enfarte, a trombose, a hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas, para o ingresso respeitá­vel na Vida Espiritual. [5]
A oração habitual, o comportamento retificador, o descortino mental e o bem que se pode patrocinar ao próximo, retratam as atitudes inteligentes daqueles que almejam o bom aproveita­mento da dor no processo de evolução .

Referências bibliográficas:
[1]            KARDEC , Allan . A Gênese, Cap. III, item 5, RJ: Ed. FEB 2001
[2]            KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 10, RJ: Ed. FEB 2001
[3]            Idem cap. XIV, item 09, RJ: Ed. FEB 2001
[4]            XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação, ditado pelo Espírito André Luiz, cap. 19, RJ: Ed. FEB 1959
[5]            Idem





terça-feira, 28 de novembro de 2017

O passe não modifica as coisas, para nós, mas pode modificar-nos a nós em relação às coisas (Jorge Hessen)


Todo o encanto dos ensinos espíritas, oriundo da fé racional considerando o potencial do magnetismo pelo passe, desaparece ante as ginásticas pedantes e caricatas de tratamentos “espirituais” ultimamente praticados em algumas instituições espíritas mal administradas.
Dos muitos disparates que já ouvi nas hostes espíritas de Brasília, um deles é que a aplicação do passe quando “concentrado" (concentrado???....!!!) e muito demorado pode causar "congestionamento fluídico” (congestionamento fluídico???...!!!) e com isso o assistido pode se sentir mal (sentir mal???...!!!) Acredite se puder!
Ora, na aplicação do passe oferecido numa casa espírita bem dirigida, os Benfeitores manipulam e espargem os fluidos exatamente na quantidade necessária para cada assistido, nem mais, nem menos. Nunca em excesso.
O passe não poderá, em tempo algum, ser aplicado com movimentos bruscos, com malabarismos manuais, estalos de dedos, cânticos estranhos e, muito menos ainda, com passistas incorporados com “aconselhamentos” para o assistido.
Por conseguinte, na aplicação do passe não se fazem necessários a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo, e que também não há necessidade de tocar o assistido. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.
São ridículas as encenações preparatórias com as mãos erguidas ao alto e abertas, para suposta captação de fluidos pelo passista, mãos abertas sobre os joelhos, pelo paciente, para “melhor assimilação” fluídica, braços e pernas descruzados para não impedir a livre passagem dos fluidos, e assim por diante – só servem para achincalhar o passe, o passista e o paciente.
A transfusão sanguínea promove a renovação das forças biológicas. O passe é transfusão de energia psíquica e magnética. A diferença é que os recursos sanguíneos são extraídos de um reservatório limitado, mas os elementos psíquicos são retirados do reservatório interminável das forças espirituais.
A transfusão ocorre através do períspirito, órgão sensitivo do Espírito, que interage de forma profunda com o corpo biológico, razão pela qual as energias psíquicas, transmitidas pelo passe e recebidas inicialmente pelos “centros de força”, alcançam o corpo físico através dos “plexos”, proporcionando a renovação das células enfermiças. As energias psíquicas poderão ser espirituais, considerando o magnetismo advindo dos desencarnados que participam dos processos, e fluidos humanos, através do magnetismo animal pertencente aos passistas encarnados.
O passe é prece, concentração e doação. A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, consegue o passista duas coisas importantes: primeiro, expulsar da mente os sombrios pensamentos remanescentes da atividade comum das lutas materiais diárias; segundo, sorver do plano espiritual as substâncias renovadoras a fim de conseguir operar com eficiência em favor do próximo.
Por questão de bom senso, o passe deverá sempre ser ministrado de modo silencioso, com simplicidade e naturalidade. Todo o potencial e toda a eficácia do passe genuinamente espírita dependem do espírito e da assistência espiritual do passista e não apenas do passista. Jesus utilizou o passe "impondo as mãos" sobre os enfermos, a fim de beneficiá-los. E ensinou essa prática aos seus discípulos e apóstolos, que também a empregaram largamente nos tempos apostólicos.
Vale relembrar aqui que apesar dos estranhos passistas que criam confusões ao aplicarem o passe, reconhecemos que muitos encarnados e desencarnados são beneficiados pela transfusão dos fluidos psíquicos, pois sabemos que é manifestação do amor de Deus, esse sentimento sublime que abarca a todos e os alivia.

Importa-nos lembrar, porém, um pensamento de Chico Xavier: o passe, tal como terapia, não modifica necessariamente as coisas, para nós, mas pode modificar-nos a nós em relação às coisas.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A criança livre é a semente do malfeitor (Jorge Hessen)


Jorge Hessen

Bethany Thompson lutou contra um câncer no cérebro quando tinha apenas 3 anos de idade, e sobreviveu. A cirurgia que retirou o tumor foi um sucesso, mas deixou uma pequena sequela em seu rosto: a boca ficou levemente repuxada para a direita. Isso foi suficiente para ela se tornar alvo de comentários maldosos de outras crianças na escola. Bethany, 11 anos de idade, sofria bullying implacável na escola, até que chegou a um ponto em que não suportou mais e tirou a própria vida com um tiro. [1]

Caso semelhante ocorreu no Colégio Holy Angels Catholic Academy, em Nova York, Estados Unidos. Aí estudava Daniel Fitzpatrick, um aluno de 13 anos, que estava sofrendo bullying. Resultado: Daniel acabou se suicidando. Deixou uma carta de despedida e dentre outros bramidos de dor moral escreveu: "Eu desisto"! Disse ainda que os seus colegas da escola o atormentavam há muito tempo e a direção do colégio não fazia nada a respeito, mesmo após ele e os seus pais terem feito uma reclamação formal. A resposta do Holy Angels teria sido "Calma, tudo vai ficar bem. É só uma fase, vai passar".

Como esquecermos a chacina na Escola Municipal Tasso da Silveira, de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, em que meninos e meninas ficaram irmanados num trágico destino. Suas vidas foram prematuramente ceifadas num episódio de insonhável bestialidade. O assassino Wellington Menezes de Oliveira, embora com a mente arruinada e razão obliterada, fez sua opção de atirar contra os alunos que o incomodavam. Numa fita gravada, Wellington alegou ter sofrido bullying anos antes, na mesma escola; neste caso houve uma reação violentíssima.

O bullying é uma epidemia psicossocial e pode ter consequências graves. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podem ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade.

Os fatos, chocantes e tristes, trazem dois alertas a todos os pais e mães: o primeiro deles é estar atento às mudanças de comportamento dos filhos e buscar ajuda profissional sempre que necessário. O segundo alerta é falar com o filho sobre o respeito às diferenças. Ensinar sobre diversidade e tolerância. Essas lições, quando assimiladas desde cedo, formam pessoas mais empáticas e sensíveis à dor do outro – além, é claro, de evitar comportamentos agressivos como o bullying.

Urge estabelecer limites aos nossos filhos. Desde os primeiros anos, devemos ensiná-los a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. Os filhos, quando crianças, registram em seu psiquismo todas as atitudes dos pais, tanto as boas quanto as más, manifestadas na intimidade do lar. Por esta razão, os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um diálogo franco com os filhos, sobretudo amando-os, independentemente de como se situam na escala evolutiva.

Crianças criadas dentro de padrões de liberalidade excessiva, sem limites, sem noções de responsabilidade, sem disciplina, sem religião e muitas vezes sem amor, serão aquelas com maior tendência aos comportamentos agressivos, tais como o bullying, pois foram mal-acostumadas e por isso esperam que todos façam as suas vontades e atendam sempre às suas ordens.

Por isso mesmo, importa ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois a infância é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. A criança livre é a semente do malfeitor. A própria reencarnação se constitui, em si mesma, restrição considerável à independência absoluta da alma necessitada de expiação e corretivo.

Pensemos nisso!

Referência:

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Fábulas da carochinha e o ancestral “espiritismo” à brasileira (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com


Um belo dia, assisti a um vídeo (documentário) sobre as atividades de certa instituição espírita dirigida rigorosamente sob os preceitos da coerência doutrinária. Entretanto, no que pese o admirável trabalho assistencial efetivado por essa instituição, ela o realiza em sociedade (parceria) com outro “centro espírita”, que é administrado sem discernimentos e integral inobservância dos princípios kardecianos. 

Eis aí o nó da questão! 

Para meu espanto, notei no vídeo que alguns trabalhadores do segundo centro espírita estavam trajados com camisetas brancas à guisa de uniformes e coruscantes manifestações de idolatrias ao “médium” protagonista que “incorpora” “doutores do além” e/ou “espíritos curadores”. 

No documentário ainda percebi cenas em que são exibidas substâncias acondicionadas em diversas garrafas, supostamente contendo “remédios” prescritos por orientações de “pretos velhos”. Com obviedade estranhei sobre tal prática, considerando que o documentário foi exibido numa instituição de orientação genuinamente kardeciana. Por isso, deliberei escrever aqui sobre as inconsistências da segunda instituição. 

São raros, ainda, as instituições espíritas que se podem entregar à prática mediúnica, com plena consciência da tarefa que têm em mãos, deste modo, é aconselhável e prudente, a intensificação das reuniões de estudos sérios das obras de Kardec , a fim de que os trabalhadores de boa vontade não venham a cair no desânimo ou na inércia, por causa de um antecipado e imaturo comércio com as energias do plano invisível. 

Creio que os médiuns são úteis, mas não indispensáveis numa casa espírita. É evidente que a ausência de estudos de Kardec não é prudente nas instituições espíritas, e é de se estranhar que médiuns estudiosos e sinceros, continuem com suas consciências escravizadas, incidindo no velho erro do misticismo e / ou da idolatria. 

Quantos aos médiuns idolatrados é importante adverti-los que o seu maior inimigo não é quem os adverte, mas o seu personalismo e sua pirraça no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho. Há médiuns que se convenceram quanto aos fenômenos, sem se converterem ao Evangelho pelo coração, trazendo para as fileiras do Espiritismo os seus caprichos pessoais, opiniões cristalizadas no endurecimento do coração.

É importante prevenir fraternalmente que os Espíritos que se apresentam como “caboclos” e “pretos(as)-velhos(as)” nos terreiros ou noutros recintos possuem muito pouco ou quase nada de si mesmos para ensinar, em termos de filosofia espírita. 

O princípio do ÓBVIO nos sussurra que devemos ter respeito, atenção, carinho, amor, sincero desejo de ajudar tais entidades, porém essa não é uma recomendação isolada para Espíritos de “caboclos” e “pretos(as)-velhos(as)”. Isso vale para toda e quaisquer comunicação mediúnica.

Dizem que por trás desses estereótipos (“pretos(as)-velhos(as)” , “caboclos”) podem estar "médicos", "filósofos", "poetas", etc., que apenas se utilizam de tais "roupagens" para ensinarem melhor (!...). Conquanto exista obra mediúnica já consagrada nas hostes espíritas que afiance isso, particularmente, duvido sobre tal veridicidade. Nada mais precipitado do que se dar crédito a esses argumentos. Até porque, o PENSAMENTO é a linguagem, por excelência, no mundo espiritual e a forma e trejeitos no falar e agir são adicionais supérfluos e desnecessários. 

Ora, não há eternos espíritos de “pretos(as)-velhos(as)”, nem brancos(as)-velhos(as), até porque todos estão em processo de evolução e não podem permanecer nessas categorias. Por essa razão, devemos ter toda cautela com os seus atavismos primários. Até porque, essas entidades precisam descontruir tais psiquismos atávicos que, a rigor, mais assemelham-se aos mitológicos “deuses” do velho politeísmo.

A Doutrina dos Espíritos está estruturada nas Obras Básicas de Allan Kardec e não possui ramificações ou subdivisões com outras crenças. Seu corpo doutrinário está contido nos ensinos dos Espíritos Elevados (isso mesmo! Espíritos Superiores). Motivo pelo qual, não podemos nos acomodar com um Espiritismo "à moda brasileira" , ou seja, um Espiritismo umbandizado, catoliquizado, irracional, místico e mistificado por desajustados centros “espíritas” que insistem por difundir as ingênuas fábulas da carochinha...

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Quantos espíritas há no Brasil ? (Jorge Hessen)


Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com

Será que o espírita é somente aquele que está vinculado a uma instituição espírita, ou ao movimento espírita? Para Kardec, não! Observemos o que ele diz na Introdução ao estudo do Espiritismo, contido em O Livro dos Espíritos - “para se nomearem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida." [1]
Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em face disso, ao invés de usar as palavras espiritual, espiritualismo, Kardec empregou os termos espírita e espiritismo para indicar a Codificação. Ora, a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com dos Espíritos.
Como especialidade, o Livro dos Espíritos contém a Doutrina Espírita; como generalidade, prende-se à doutrina espiritualista, uma de cujas fases apresenta. Essa a razão porque traz no cabeçalho da 1ª. Edição, de 1857, no seu título as palavras: Filosofia espiritualista.
Notemos uma curiosa afirmativa do Codificador, quando diz que do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, independentes de qualquer culto particular. Seu objetivo é provar, aos que negam ou duvidam, que a alma existe, que sobrevive ao corpo e experimenta após a morte as conseqüências do bem ou do mal que tenha feito durante a vida corporal. Ora, isto é de todas as religiões.
Os adeptos do Espiritismo são os espíritas, ou os espiritistas. Mas Kardec acrescenta que como crença nos Espíritos, o Espiritismo é igualmente de todas as religiões, assim como é de todos os povos, visto que, onde quer que haja homens, há almas ou Espíritos; que as manifestações são de todos os tempos, achando-se seus relatos em todas as religiões, sem exceção.
Por essa razão, Kardec afiança que pode-se ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e crer nas manifestações dos Espíritos; por conseguinte, ser espírita. A prova disso é que o Espiritismo tem aderentes em todas as religiões. [2]
Não há como negar que há muitos confrades que jazem dentro da Igreja romana, são os espiritólicos, ou seja, são os católicos espíritas (porque aceitam as comunicações dos Espíritos). É verdade! Muitos dizem que são espíritas, mas não conseguem desapegar da igreja; outros não desapegam dos terreiros. Se se sentem bem aí, que fiquem aí. Não temos nada contra, mas só não podem trazer suas crenças para as hostes espiritas. Óbvio que não podem fazer um Espiritismo à moda do catolicismo, da umbanda etc.,  pois seria uma inversão dos objetivos e significados da Doutrina dos Espíritos.
Considerando as ponderações de Kardec aqui demonstradas, basta um adepto de qualquer seita ou religião aceitar a comunicação dos espíritos para ser considerado espírita, logo, sob esse ponto de vista, podemos acrescentar dezenas de milhões de espíritas no Brasil. Em face disso, naturalmente há um número de espíritas que vai muito além dos declarados pelo último censo do IBGE.
Concordam comigo?
Matutemos, pois!

Referências bibliográficas:
[1]     KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Introdução ao estudo do Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 2002
[2]     KARDEC, Allan. O Espiritismo em sua mais simples expressão, RJ: Ed. FEB,  1992